Antes de iniciarmos o
assunto quero fazer uma pergunta a quem estiver começado a ler o texto que virá
a seguir.
Alguém aqui tem inveja de Gisele Bundchen, da Angelina Jolie, Anita ou, no caso dos homens,
alguém tem inveja do Neymar, do Ronaldo
R7, do Messi ou de outra personalidade qualquer, famosa e rica?
Acredito que não, pois a maioria de vocês não tem contato direto com eles, o máximo que podem ter é
admiração e/ou ser fãs!
Posso até estar enganada, todavia credito que não!
A teoria que tenho para
explicar tal fato é a seguinte: as
pessoas só têm inveja do que, ou quem, lhes é próximo.
Do que, ou quem está
distante é praticamente impossível ter esse sentimento asqueroso. Geralmente o “próximo” é que causa desejo, angústia, tristeza e frustração pois todos esses sentimentos começam com a comparação! Veja só um exemplo:
Ex.: duas colegas, amigas íntimas de faculdade, colam grau em Direito e, em seguida, aprovam no exame da Ordem. Uma delas logo começa a trabalhar em um grande escritório, com uma imensa carteira de clientes à disposição, mesmo não sendo, das duas, a que obteve melhores resultados na Faculdade e no Exame da Ordem (mas tinha mais influência e era mais bonita). O sucesso de uma é "motivo" para a outra se lamentar com familiares e amigos: "se o mundo fosse justo eu quem deveria estar alí"!
Ex.: duas colegas, amigas íntimas de faculdade, colam grau em Direito e, em seguida, aprovam no exame da Ordem. Uma delas logo começa a trabalhar em um grande escritório, com uma imensa carteira de clientes à disposição, mesmo não sendo, das duas, a que obteve melhores resultados na Faculdade e no Exame da Ordem (mas tinha mais influência e era mais bonita). O sucesso de uma é "motivo" para a outra se lamentar com familiares e amigos: "se o mundo fosse justo eu quem deveria estar alí"!
Infelizmente é assim; a
inveja vem pelo que está mais “à mão”! Um
colega ou amigo que passou num concurso dificílimo e você não; ou que adquiriu
um belo e novo carro e você não pode ter igual; ou pelo fato de ele ser mais
bonito, atraente e simpático que você e com isso conseguir tudo e todas as garotas que deseja, inclusive a que você gostaria de estar e indo além: alguém que você conhece bem, é “amigo (a)”, ganhou na loteria, o prêmio da virada, e sumiu do mapa!
- “Ahh, que pena que
não fui eu”! Pensa você, pensamos nós!
- “Esse aí nunca mais
aparece; não vai nos dar um tostão, não nos ajudará em nada, nem lembrará que existimos”!
Como se ele tivesse obrigação de contribuir ou cambiar a vida de todos os que estão próximos, com o prêmio! Nesse momento começam a criticá-lo, com uma certa raiva
e desejo de estar no lugar dele (do sortudo); antes criticado e motivo de chacota por "jogar dinheiro fora" via lotérica!
Não há como fugir! A
inveja sempre estará próxima de nós, seja como for - como invejado ou invejoso!
Quem nunca percebeu que
ao contar algo bom que aconteceu consigo, para um colega ou “amigo”, a feição
dele tenha mudado, mesmo que seja de leve, mesmo que ele diga que tenha ficado
feliz por ti?
Isso é inveja, mesmo
que seja passageira, ela vem! Mesmo que
você não queira, muitas das vezes ela vem!
O bom é que, se a amizade for verdadeira, ela passará e você nem notará
que foi vítima. Todavia, quando o
invejoso é um “meliante” por natureza a inveja poderá ser fatal, quando não,
pelo menos algum estrago causará!
A inveja é algo tão
ruim que o invejoso é capaz de ser mais
feliz se algo de bom se passar com alguém que ele não conhece do que com um parente ou "melhor amigo".
Muitos devem estar
pensando ou refletindo que tenho razão, mas dificilmente seriam capazes de se
reconhecer invejosos!
Não deve ser fácil ter
a amizade de alguém e de um momento para o outro ver essa pessoa realizar o sonho da vida dela e da
maioria dos seres humanos (tornar-se famoso por algo que fez, por ter um talento
revelado e ainda enriquecer-se com isso) e
você seguir no seu marasmo!
Certeza que muitos preferiam ver o sucesso acontecer com um desconhecido, com alguém que esteja bem distante do rol dos amigos!
Certeza que muitos preferiam ver o sucesso acontecer com um desconhecido, com alguém que esteja bem distante do rol dos amigos!
Parece cruel dizer isso
não é? Parece coisa de "amigo da onça",
não é verdade?
Infelizmente não! A inveja é só algo inerente ao ser humano e, por mais que não queiramos reconhecer, alguma "coisinha" em nós, sempre vai haver!
Aquilo de: “amiga, que alegria – sou tão feliz por ti”; a maioria das vezes soa muito falso!
Redigindo esse texto
fui procurar na internet uma figura que se encaixasse e acabei por
encontrar uma pesquisa bem legal. Ela
foi publicada pela Istoé Independente, atualizada em novembro de 2015. Achei tão importante que resolvi agregar parte dela aqui, Vejam só:
Pesquisa revela que esse sentimento é processado na
mesma região cerebral que a dor física. Saiba como controlá-lo.
Certa vez, um homem, extremamente invejoso
de seu vizinho, recebeu a visita de uma fada, que lhe ofereceu a chance de
realizar um desejo. "Você pode pedir
o que quiser, desde que seu vizinho receba o mesmo e em dobro", sentenciou.
O invejoso respondeu, então, que queria que ela lhe arrancasse um olho. Moral
da história: o prazer de ver o outro se prejudicar prevaleceu sobre qualquer
vontade. É por meio dessa fábula que a psicanalista austríaca Melanie Klein
(1882-1960) definiu na obra "Inveja
e Gratidão", um dos principais estudos já feitos sobre o tema, o
comportamento de quem vive intensamente esse sentimento.
Invejosos e invejados famosos |
Ao mesmo tempo que o ciúme é querer manter
o que se tem e a cobiça é desejar aquilo que não lhe pertence, a inveja é não
querer que o outro tenha. O mais renegado dos sete pecados capitais é uma
emoção inerente à condição humana, por mais difícil que seja confessá-la.
Afinal, todo mundo, em algum momento da vida, já sentiu vontade de ser como
alguém.
Há até um lugar no cérebro reservado para a inveja. Pela primeira vez, uma pesquisa científica mostra onde ela e o shadenfreude - palavra alemã que dá nome ao sentimento de prazer que o invejoso experimenta ao presenciar o infortúnio do invejado - são processados na mente humana.
Há até um lugar no cérebro reservado para a inveja. Pela primeira vez, uma pesquisa científica mostra onde ela e o shadenfreude - palavra alemã que dá nome ao sentimento de prazer que o invejoso experimenta ao presenciar o infortúnio do invejado - são processados na mente humana.
De autoria do neurocientista japonês Hidehiko Takahashi, do Instituto Nacional de Ciência Radiológica, em Tóquio, o estudo "Quando a sua Conquista É a minha Dor e a sua Dor É a minha Conquista: Correlações Neurais da Inveja e do Shadenfreude foi publicado recentemente pela prestigiada revista cientifica americana Science.
Por meio de ressonância magnética realizada em 19 voluntários (dez homens e nove mulheres), na faixa etária dos 20 anos, foi possível identificar onde os sentimentos são processados no cérebro. Ao sentir inveja, a região do córtex singulado anterior é ativada.
O
interessante é notar que é nesse mesmo local que a dor física se processa. "A inveja é uma emoção dolorosa",
afirma Takahashi. O shadenfreude, por sua vez, se estabelece no estriado
ventral, exatamente onde se processa a sensação de prazer. "O invejoso
fica realizado com a desgraça do invejado", diz o pesquisador.
Durante a pesquisa, Takahashi induziu os voluntários a imaginarem um cenário que envolvia outros três personagens, do mesmo sexo, faixa etária e profissão que eles. Dois deles seriam, hipoteticamente, mais capazes e inteligentes.
Durante a pesquisa, Takahashi induziu os voluntários a imaginarem um cenário que envolvia outros três personagens, do mesmo sexo, faixa etária e profissão que eles. Dois deles seriam, hipoteticamente, mais capazes e inteligentes.
Dessa comparação nasce a inveja,
especialmente quando as pessoas são muito parecidas. Ou seja, é mais comum uma
mulher se incomodar com outra, da mesma faixa etária e profissão, do que com
alguém com características totalmente diferentes. "Trata-se de um sentimento caracterizado pela sensação de
inferioridade", explica o neurocientista Takahashi. "Quando há essa sensação, é porque
houve comparação e a pessoa perdeu."
O ator Roberto Birindelli perdeu muitas
batalhas, mas parece ter vencido a guerra. Ao longo de seus 46 anos, a inveja
sempre o perseguiu. Na escola, nutria o sentimento pelos colegas de classe que
conquistavam as garotas com facilidade. Na vida adulta, sofria quando um colega
ator conseguia um teste para o melhor papel de uma produção.
O sentimento o corroía tanto que ele
chegou a invejar o modo como uma determinada jaqueta de couro caía bem em um
conhecido. "O que me deixava mal era
saber que a roupa não ficaria tão boa em mim", confessa Birindelli.
"A minha inveja se repetia em tantos palcos quanto houvesse situações de
comparação." Insatisfeito em se projetar o tempo todo nos outros, o
ator foi em busca de auto-conhecimento.
Descobriu o
eneagrama (técnica para estudo do comportamento humano), fez terapia e
mergulhou na meditação. "Percebi que
o problema era comigo", reconhece. "Sou
inseguro em relação à maneira como a sociedade me vê." Amparado,
aprendeu a lidar com a questão. "Hoje
em dia, sempre que vou sentir inveja de alguém, me pergunto: ser como ele é
melhor do que ser quem sou?", explica Birindelli, que está no ar na
novela "Poder Paralelo", da Record.
Além da insegurança, a baixa autoestima, o sentimento de incapacidade e a sensação de injustiça são características comuns aos invejosos. "Pessoas bem resolvidas e esclarecidas tendem a ter menos inveja", diz o psiquiatra José Thomé, da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Além da insegurança, a baixa autoestima, o sentimento de incapacidade e a sensação de injustiça são características comuns aos invejosos. "Pessoas bem resolvidas e esclarecidas tendem a ter menos inveja", diz o psiquiatra José Thomé, da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Mas por que há pessoas muito invejosas e
outras que passam a vida quase sem sentir essa emoção? A psicóloga Sueli
Damergian, professora da Universidade de São Paulo (USP), acredita que o
segredo está em não ultrapassar a linha da afeição. "A inveja é sempre fruto da admiração", diz. "Se ela ficar restrita a isso, pode
funcionar como impulso para o desenvolvimento." O problema é quando essa
barreira é rompida. "Se o impulso destrutivo for muito forte, o invejoso
passa a viver a vida do outro e isso pode ser danoso tanto para ele quanto para
o invejado."
Em casos
patológicos, que, segundo especialistas, são mais comuns do que se imagina,
quem sofre do mal é capaz de caluniar, perseguir, e, em casos mais extremos,
desejar a morte do invejado. Há, também, os que somatizam. Nessas situações,
podem apresentar quadro depressivo, autodestrutivo, agressividade e tendências
suicidas. O psiquiatra Thomé acredita que, salvo os casos patológicos, as pessoas têm livre-arbítrio
para viver ou eliminar a inveja. "É
um sentimento muito primitivo, que deve ser trabalhado."
Veja AQUI exemplo de 10 Crimes cometidos (motivados) possivelmente pela inveja.
Veja AQUI exemplo de 10 Crimes cometidos (motivados) possivelmente pela inveja.
Veja aqui, também, o que diz Leandro Carnal sobre inveja e fracasso!
Comum em toda a sorte de relações humanas, a inveja está presente até mesmo dentro de casa. As irmãs Júlia e Lídia Loyola, 25 e 23 anos, respectivamente, e suas meias-irmãs Fernanda e Gabriela Fernandes, 17 e 13, moram juntas e compartilham da incômoda emoção. Filhas da mesma mãe e de pais diferentes, estão sempre se comparando e lamentando aquilo que não são.
Comum em toda a sorte de relações humanas, a inveja está presente até mesmo dentro de casa. As irmãs Júlia e Lídia Loyola, 25 e 23 anos, respectivamente, e suas meias-irmãs Fernanda e Gabriela Fernandes, 17 e 13, moram juntas e compartilham da incômoda emoção. Filhas da mesma mãe e de pais diferentes, estão sempre se comparando e lamentando aquilo que não são.
As mais velhas invejam a vida cheia de
oportunidades das mais novas. "Aos
15 anos, quando precisava de dinheiro, trabalhava", diz Júlia. "A Fê
não precisa disso." Fernanda reconhece. "Não fico tripudiando, mas
reconheço que me sinto recompensada por ter vantagens em relação às minhas
irmãs mais velhas, apesar de elas estudarem tanto", diz. "Ao mesmo tempo, queria ser como
elas: tirar boas notas e não ficar de castigo."
O ambiente de trabalho, por sua vez, também é terreno fértil para os invejosos. Uma pesquisa das universidades de Warwick e Oxford, na Inglaterra, mostra que nem sempre se inveja a maneira de ser do rival, mas suas posses. No experimento, os entrevistados poderiam ganhar ou "queimar" o dinheiro do concorrente, sob o custo de perder parte de sua verba - 62% dos participantes escolheram se voltar contra o outro. Segundo a psicóloga Glaura Maria Verdiani, autora da tese de mestrado "Um Estudo sobre a Inveja no Ambiente Organizacional", pelo Centro Universitário de Araraquara (SP), é provável que esse sentimento esteja impregnado em 100% das relações profissionais.
"Em
uma equipe de 30 pessoas, é possível que todos invejem alguém, em algum
nível", revela. A
emoção pode ter origem em qualquer um e partir para diferentes direções.
Acontece entre pessoas do mesmo cargo, funcionários de funções inferiores e
superiores. "Há chefes invejosos de
seus subordinados, que são mais jovens, mais dispostos e, muitas vezes, mais
talentosos", diz Sueli.
Aos 28 anos, a designer Claudia Neves foi
vítima da inveja em seu local de trabalho. Até seis meses atrás, ela era a
única funcionária entre vários homens do departamento em que trabalhava, numa
agência de publicidade em São Paulo. Sua vida profissional virou de pernas para
o ar com a chegada de outra garota, da mesma idade, que passou a dar expediente
numa função com remuneração menor. No início, as duas se davam bem - ao menos
aparentemente. Até que a nova colega passou a evitá-la e agir de maneira
estranha.
"Ela
não fazia o tipo feminina e, de repente, começou a me pedir dicas de
maquiagem", conta
Claudia. Além disso, mais gordinha, passou a se preocupar com a quantidade de
calorias que ingeria. "Essa neurose
começou depois que os meninos compararam o corpo dela com o meu", diz.
Com o tempo, o melhor amigo de Claudia se afastou. E seu supervisor passou a
implicar com seu trabalho.
A designer desconfia que foi vítima de
calúnias. "Certa vez, meu chefe foi
grosseiro comigo", conta. "Nessa
hora, pude ver no rosto dela que estava rindo por dentro." Triste com
a situação, Claudia pediu para ser demitida. "O ex-marido dela me disse que ela tinha ódio mortal de mim e
queria me destruir", conta. Apesar da atitude drástica que teve de
tomar, ela não acredita que a colega tenha saído vitoriosa. "Ela conseguiu me eliminar, mas estou
muito feliz fora de lá", afirma.
Em novembro passado, nos Estados Unidos, o
ex-âncora de telejornal Larry Mendte, 51 anos, além de demitido, foi condenado
a pagar uma multa de US$ 5 mil (R$ 10,1 mil) e a prestar 250 horas de serviços
comunitários por violar o e-mail de sua colega de bancada, Alycia Lane, 36
anos. Por dois anos, Mendte enviou mensagens se fazendo passar por ela para
veículos de imprensa e colegas de trabalho. Durante o caso, admitiu ter inveja
por causa do salário anual de US$ 780 mil (R$ 1,6 milhão) de Alycia. "O meu papel na emissora estava sendo
reduzido quando ela me falou que era a nova estrela", disse, à época.
Assim como
os demais sentimentos, a inveja vem de berço. Segundo Melanie Klein, até mesmo
os bebês nutrem esse sentimento. Eles invejam o seio materno, capaz de
alimentá-los e confortá-los. A emoção, no entanto, começa a se tornar mais visível na primeira
infância e se manifesta na forma de cobiça. Pedro, 5 anos, e Isabela, 4, são
primos e estudam juntos. "Eles disputam tudo: a atenção da família, dos
professores, dos colegas", diz a educadora Caroline de Oliveira, 32 anos,
mãe de Pedro. "Isabela é mais de cobiçar os brinquedos do primo, e ele,
por sua vez, disputa a atenção das pessoas quando ela se destaca." Para
lidar com a atenção, a mãe explica para o filho que não é possível ter tudo o
tempo todo. "Tento prepará- lo para lidar com essa sensação, que estará
sempre presente."
A psicóloga Sueli, da USP, assina em
baixo. "É importante eliminar os sentimentos de inferioridade e baixa
autoestima e mostrar o outro lado", explica. "Se a pessoa não é boa
em algo, certamente será em outra coisa." Afinal de contas, a melhor
maneira de domar o sentimento da inveja é, assim como fez o ator Birindelli,
identificá-lo e aprender a lidar com ele. Graças a seu esforço, ele hoje
circula satisfeito com a jaqueta de couro que tanto invejou no outro e,
finalmente, comprou.
Autoria: Elane F. de Souza (Advogada – CE) com fontes da:
Istoé Independente, istoe.com.br por Claudia Jordão e Carina Rabelo com Colaboração de
Rodrigo Cardoso na Edição: 2064 | 03.Jun.09
- 10:00 | Atualizado em 28.Nov.15 - 22:38.
Citações com links: Palestra Leandro Carnal e notícias.bol.uol
Foto/Créditos: Istoé Independente, está anexo ao texto
que foi usado como fonte